A pretexto da ameaça russa

EUA com orçamento <br>militar recorde

As despesas militares norte-americanas vão superar, em 2017, qualquer montante anterior. Fazer face à «ameaça» da Rússia é o objectivo confessado.

Washington fala num «pré- -posicionamento para a guerra» na Europa

No total, Washington prevê gastar 583 milhões de dólares (537 milhões de euros) no próximo ano fiscal na Defesa, anunciou, anteontem, o titular da pasta na Casa Branca. O montante representa mais do que a soma dos gastos dos oito países que se seguem aos EUA na tabela de nações com maiores orçamentos para aquele segmento da despesa pública.

Ashton Carter justificou a aumento significativo com a necessidade de «reforçar a nossa posição na Europa e apoiar os nossos aliados na NATO (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) face às agressões da Rússia».

Carter detalhou que a verba «vai financiar muitas coisas», desde a intensificação da «rotação das forças norte-americanas na Europa». Acrescem «mais treinos e exercícios com os nossos aliados, bem como um melhor pré-posicionamento para a guerra e melhorias nas infra-estruturas para a apoiar», disse na declaração assumidamente belicista que confirma os enormes perigos que enfrenta a humanidade.

No orçamento da Defesa dos EUA, calcula-se uma verba quatro vezes superior à actual para operações de contraposição à Federação Russa na Europa.

Ao financiamento da «luta contra o terrorismo», é outorgado uma cifra 50 por cento superior à corrente, isto apesar de Ashton Carter argumentar que as campanhas militares na Síria e Iraque provocaram a ruptura do stock de bombas no país. Numa confissão surpreendente, o titular da Defesa dos EUA afirmou ainda que «temos atingido o Estado Islâmico com tantas bombas inteligentes ( ...) que tivemos de diminuir as que utilizamos contra os terroristas (!)».

Acto contínuo, a NATO veio saudar a decisão belicista do Tio Sam. Para o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, tal pode traduzir-se numa «contribuição importante e oportuna à dissuasão e defesa colectiva da NATO».

 



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